18 de agosto – Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
18 de agosto – Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria

DEUS DÁ VOZ AOS FRACOS

A solenidade da Assunção de Maria ensina-nos algo importante para nosso caminho de seguimento de Cristo. A liturgia, por meio do Evangelho, convida-nos a entrar na dinâmica do canto que Nossa Senhora entoa, fazendo dele nossa canção e oração em favor de todos os sofredores. O Magnificat – uma mistura de textos do Antigo Testamento – expressa, à sua maneira, como Deus supera as forças desumanas que põem a vida em perigo. Nesse sentido, o canto de Maria se une ao texto do Apocalipse proclamado na primeira leitura, na qual vemos a ação divina agir contra os poderes que ferem a dignidade humana. 

Deus é fiel a si mesmo e ao amor que demonstrou ao longo da história da salvação. Ele não só cumpre suas promessas a Abraão e aos antepassados do povo da Aliança, mas também age conosco como fez com os escravos israelitas no Egito, com o jovem Davi e com os deportados para a Babilônia. 

Ana, mãe de Samuel, já cantava sobre esse Deus que inverte os destinos para fazer justiça aos pequenos e marginalizados (1Sm 2,1-10). Nossa Senhora lhe segue o exemplo. Somos convidados a enxergar em Deus aquele que tira de nós e da nossa sociedade os jugos pesados do preconceito e da exclusão e a confiar nele. O canto do Magnificat é entoado num contexto que representa o encontro dos dois Testamentos – entre a velha Isabel, gestante do último dos profetas, e a jovem Maria, grávida do Messias. 

A emoção de alegria do primeiro é uma espécie de júbilo do velho que espera o novo como uma realização. É o Espírito de Deus quem faz Isabel falar. Ao abençoá-la, Isabel reconhece que Deus está realizando em sua prima sua obra de salvação. Entretanto, por Maria acreditar é que as palavras que lhe são dirigidas vão se tornar realidade. 

Longe de receber o crédito pelo que lhe aconteceu, Maria exalta o Senhor, aquele que olhou para a humildade de sua serva. É essa experiência que ela teve com “Deus, seu salvador” que a leva a proclamar as maravilhas que Ele, na sua misericórdia, realizou por seu intermédio. Nós, hoje, podemos também nos sentir parte dessas maravilhas, tal qual Maria, reconhecendo o toque transformador de Deus, cujo poder se manifesta, de forma especial, naqueles que são fracos (cf. 1Cor 1,25-29).

Christian Dino Batsi, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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