15 de setembro – 24º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo
15 de setembro – 24º Domingo do Tempo Comum

A CRUZ DE JESUS É A NOSSA?

A pergunta de Jesus aos discípulos se dirige a nós hoje: “E vocês, quem dizem que eu sou?” Pedro responde corretamente, proclamando sua fé em Jesus como o Messias. O problema, porém, é o que Pedro entendia por Messias. O Evangelho de Marcos, aliás, mostra a constante dificuldade dos discípulos em compreender a vida e a missão de Jesus. Pedro repreende Jesus, porque considerava inadmissível um Messias que sofreria, seria rejeitado, condenado e morto. Afinal, os judeus esperavam um Messias que viesse com o poder de Deus para tomar o poder dos romanos e restabelecer, à força, o reino de Israel.

Jesus repreende Pedro, convidando-o a se pôr no devido lugar: o do discípulo que segue o Mestre e aprende, ao invés de estar adiante e fazer de Jesus a resposta a seus próprios anseios triunfalistas. Seguir Jesus, em vez de ser adversário (satanás), é assumir com ele a missão de doar a própria vida, de entregar-se até as últimas consequências, perdendo a vida para salvá-la. Carregar a própria cruz é vencer o egoísmo para seguir o Mestre que carrega a cruz, a fim de que nosso compromisso e sofrimento aliviem o sofrimento de outros.

A incompreensão dos discípulos de então é algo atual, quando pensamos como é fácil cair na tentação de moldar Jesus segundo os próprios interesses, buscando uma religião de espetáculos e aparências, ao passo que a cruz do Mestre nos fala de rejeição, perseguição e entrega da vida nas ações do dia a dia.

Jesus é o Messias que se doa a todos, dando atenção e carinho especial aos menores e sofredores, assumindo as consequências da missão. O discípulo participa da missão de Jesus assumindo a cruz, a qual é consequência concreta, e não princípio. Porque a cruz como princípio é outra tentação, que levaria a pessoa a buscar o sofrimento pelo sofrimento. O Mestre nos quer participantes de sua missão, não sofredores sem causa. Jesus nos quer discípulos seus, com uma vida que se doa, ganha sentido e se plenifica no seio do próprio Deus.

Pe. Paulo Bazaglia, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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