NÃO ESTAMOS SÓS!
Como conclusão do ciclo da Páscoa, a Igreja celebra a grande solenidade de Pentecostes. A importância desta celebração é tanta, que, antes da reforma litúrgica, ela era prolongada por uma oitava, ou seja, se estendia por oito dias. Sua posição, como término do tempo pascal, significa a plenitude do mistério salvífico manifestado na morte e ressurreição de Jesus Cristo.
A Igreja recebe a missão de continuar a missão iniciada por Jesus. Até que ele venha novamente, é dever da Igreja anunciar a Boa-nova aos pobres, curar os doentes, consolar os aflitos. Para fazer isso, ela conta com a força e a luz oriundas do Espírito Santo, enviado por Jesus antes de sua volta para junto do Pai. A comunidade dos seguidores e seguidoras de Jesus jamais está sozinha. Está com ela o divino Paráclito, pronto para sempre iluminá-la e encorajá-la nas estradas do mundo.
Infelizmente, muitas vezes, nos esquecemos disso. Agimos como se devêssemos contar unicamente com nossas forças e nossa própria criatividade. Não conseguimos enxergar que somos instrumentos e que seremos sempre mais eficazes à medida que nos deixarmos moldar e conduzir pelo Espírito de Jesus. Nossa atitude perante o Espírito Santo seja, antes de tudo, afastarmo-nos de tudo o que impede sua ação em nós. Não precisamos fazer grandes coisas; se deixarmos o caminho livre para que ele aja em nós e por nosso intermédio, já teremos feito muito.
Quem se deixa guiar pelo Espírito se torna sua morada. De fato, um dos títulos mais tradicionais dados ao divino Paráclito é “doce hóspede da alma”. Ele quer fazer morada em nós, mas não porque mereçamos ou como se fosse nossa propriedade. Por nosso agir, como um rio de água viva que jorra continuamente, o Espírito Santo transforma toda a realidade ao nosso redor. Não há ação do Espírito onde não há transformação, ou ao menos consciência, daquilo que deve ser transformado nem mobilização para que essa renovação se concretize.
Acolhamos o Espírito de Deus e peçamos ao Senhor que nos dê clareza e discernimento para perceber sua presença. Não somos proprietários do Espírito Santo nem administradores de sua ação no mundo! Ele age onde e como quer. Cabe-nos reconhecer sua ação e não nos opormos a ela. Não precisamos nos preocupar, pois ele sempre nos guia e, se permitimos, ilumina o mundo por meio de nós.
Manoel Gomes Filho, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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