A MAIOR PROVA DE AMOR
Corremos o risco de saber falar sobre o amor, sem o cuidado de praticar o amor. Sim, porque falar sobre o amor é nobre, bonito, agradável. Desperta nas pessoas vivas emoções, provoca atitudes altruístas, arranca lágrimas dos apaixonados, inspira ações heroicas. Tudo isso é bom e bem-vindo, mas é apenas uma face do amor. Nosso Mestre e Senhor, Jesus, ensina-nos a sair do campo da conversa, ainda que edificante, e viver o amor. Sem rodeios, ele mostra em que consiste o verdadeiro amor: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos”. Jesus uniu ensinamento e ação, teoria e prática. Aplicou toda a sua vida, sem reservas, no exercício do amor.
O amor de Jesus ultrapassou as barreiras geográficas: não só entrou em territórios vizinhos de sua pátria, mas atendeu pessoas estrangeiras, como no caso da mulher cananeia (cf. Mt 15,21ss). O amor de Jesus foi além da crença e da prática religiosa das pessoas, como se deu em relação ao centurião, que, provavelmente, seguia a religião do Império Romano. O Mestre, no entanto, recebeu-o e lhe curou um empregado. O amor de Jesus aboliu preconceitos raciais e de outros tipos, por isso conversou sem constrangimento com mulheres e deixou-se tocar por elas; afagou crianças e tocou os doentes, trazendo-lhes a cura. Não repeliu de sua convivência os cobradores de impostos, que eram malvistos e tachados de pecadores pelos líderes religiosos do seu país, nem descartou convites de homens ricos, como Zaqueu (cf. Lc 19,1ss).
Contudo, a maior prova de amor do nosso Mestre ficou registrada pelos quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João). Trata-se de sua morte na cruz. Morreu por amor. Morreu amando, sem ódio ou rancor, sem oprimir nem se vingar. Ao contrário, morreu reconciliado com o Pai e com o mundo: “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”.
Portanto, nosso perfeito modelo de pessoa que ama é Jesus Cristo. Somos seus discípulos, e a marca do cristão é a prática do amor. Por isso, Jesus nos deixa clara sua determinação: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”. Só é possível praticar essa ordem de Jesus se formos fiéis a seu amor: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor”.
Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
Assinar