DEUS AMA A TODOS E A TODOS SE REVELA
No ciclo litúrgico do Natal, uma das celebrações de maior relevo é a Epifania do Senhor. Na nova edição do Missal Romano, aliás, essa festa vem enriquecida com a celebração da sua vigília. O mistério celebrado nessa festa, assim como em todo o ciclo natalino, é a encarnação de Jesus Cristo, Deus que se fez homem por amor a nós. A Epifania apresenta, sob intensa luz, o que celebramos na noite santa do Natal. Além disso, faz-nos compreender com maior clareza o que, de fato, aconteceu com a vinda de Jesus na carne.
Os sábios que vieram do Oriente à procura do Rei dos judeus representam os homens e as mulheres de todos os tempos que buscam um sentido para a vida, o qual só em Deus pode ser verdadeiramente encontrado. A manifestação de Deus em Jesus não pode ser entendida como destinada a um único povo, mas sim a todas as gentes. Nosso Deus é o Deus de todos – afinal, ele é o Único. Jesus, nascido pobre na gruta de Belém, revela o verdadeiro rosto de Deus a todos os seres humanos, não se restringindo a uma nação exclusiva.
Embora a manifestação divina seja direcionada a todos os povos e a todas as pessoas, nem todos estão prontos para recebê-la ou se reconhecem necessitados dela. É possível viver como quem busca a Deus quando, na realidade, se buscam somente interesses pessoais, muitas vezes totalmente contrários ao que Deus revelou de si nas Sagradas Escrituras. Nem todo aquele que diz ter encontrado Jesus o encontrou de verdade, e nem todos os que dizem estar à sua procura realmente estão.
Ao observar a realidade que nos cerca, parece evidente quanto algumas pessoas estão envolvidas em buscas mesquinhas e, por que não dizer, pequenas. Em vez de procurarem aquele que poderia dar sentido a toda a sua existência, optam por acreditar em outros deuses, incapazes de sustentar e salvar a vida. Acredita-se na possibilidade de mudar o sentido da vida assim como se muda de roupa. Dessa forma, a caminhada vai se tornando um peso cada vez mais insuportável.
Não obstante, Deus é sempre Deus e não se cansa jamais de se revelar e de esperar por aqueles que criou para si. Nesse movimento eterno de amor, ele enviou ao mundo seu Filho único, para que não restasse nenhuma dúvida sobre seu interesse pelo ser humano. É preciso, no entanto, assim como aqueles magos dos quais fala o Evangelho, entender os sinais, ouvir o que Deus fala ao nosso coração e, quando necessário, mudar o caminho de nossa vida.
Manoel Gomes Filho, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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