CONFIÁVEIS SINALEIROS DO CAMINHO
Um personagem bíblico que se destaca no tempo do Advento é João Batista. Ele não prega uma doutrina própria, mas fala em nome de Deus. João não é o salvador da humanidade; o Salvador é Jesus Cristo. João é apenas o precursor, aquele que vai na frente, preparando o povo para o grande evento da história humana, o nascimento do Senhor.
O profeta tem consciência de sua importante missão na história da salvação. Permanece no âmbito da sua função de servidor, com respostas transparentes às perguntas das autoridades, sem pretensão de ser superior a ninguém: “Eu não sou o Messias”, dizia. O narrador do quarto Evangelho nos informa que João “veio para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele”. João não era a luz; seu compromisso era apontar o Cristo, verdadeira “luz do mundo”.
Antigamente, os moradores da roça e das fazendas, para se deslocarem à noite, utilizavam um lampião a querosene. Com ele, iam até a casa dos vizinhos para a reza do terço, das novenas e mesmo para as festas juninas. A pessoa com o lampião aceso precedia o grupo por atalhos irregulares e perigosos. Era a garantia de que estavam pisando em lugar seguro, evitando assim tropeçar numa pedra ou cair em algum barranco.
Na comunidade cristã, a função de confiáveis sinaleiros do caminho cabe, em primeiro lugar, aos dirigentes da Igreja, aos agentes de pastoral, enfim, àqueles que recebem a missão de guiar o povo de Deus. A eles, sobretudo, compete orientar os fiéis nas veredas do Senhor, ensinar-lhes a mensagem de Jesus e oferecer-lhes a riqueza da vida espiritual que brota dos sacramentos. Agem como transmissores da verdade de Deus. Não ocupam o centro das atenções, pois estão a serviço do Mestre Jesus.
Na Igreja, apontar a direção certa não é tarefa apenas dos dirigentes. Por virtude do batismo, todos os cristãos e cristãs estão comprometidos a ser luz na vida de todo ser humano. Por isso, acolhamos cordialmente o simples e, ao mesmo tempo, vigoroso apelo do papa Francisco: “Todos somos convidados a aceitar este chamado: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (A Alegria do Evangelho, n. 20).
Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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