AS BEM-AVENTURANÇAS: UMA NOVA MANEIRA DE VIVER
As bem-aventuranças expressam um estilo de vida. Foi o modo de viver que Jesus assumiu, praticou e recomenda a todos nós, que com ele desejamos construir o Reino de Deus neste mundo. Jesus, de fato, foi pobre no Espírito, isto é, não alicerçou sua vida sobre os bens terrenos. Ao contrário, pobre por excelência, ele nos ensina a fugir da busca desenfreada por riquezas: “Cuidado! Evitem todo tipo de ganância, porque, ainda que alguém seja muito rico, sua vida não é garantida pelos seus bens” (Lc 12,15). E nos orienta a depositar em Deus nossas preocupações e total confiança: “Olhem os corvos: eles não semeiam nem colhem, não têm celeiro nem depósito, e Deus os alimenta. Vocês valem mais que as aves” (Lc 12,24).
A mansidão é outra característica de Jesus. Foi criticado, ofendido, acusado de falar mal contra o templo e contra o imperador… Suportou calúnias, sofreu maus-tratos na hora da paixão e, finalmente, foi condenado a morrer crucificado, como se fosse um bandido perigoso. No entanto, inocente, como extremo ato de amor, entregou sua vida por nós, pecadores. Sem revolta, sem nenhuma sombra de vingança: “como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda diante do tosquiador, ele não abriu a boca” (Is 53,7).
Jesus, o primeiro bem-aventurado, investiu sua vida promovendo a paz, a justiça e a misericórdia, mantendo reta intenção em suas relações com o Pai celeste e com as pessoas: “Aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29). Portanto, passou pela terra sem desejar o mal a ninguém; ao invés, lutou pela prosperidade de cada um: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).
Com habilidade, o papa Francisco condensa, em poucas palavras, o sentido das bem-aventuranças: “As bem-aventuranças, portanto, são a profecia de uma nova humanidade, de uma nova maneira de viver: fazer-se pequeno e confiar-se a Deus, em vez de emergir sobre os outros; ser manso, em vez de tentar impor-se; praticar a misericórdia, em vez de pensar somente em si mesmo; comprometer-se com a justiça e a paz, em vez de alimentar, mesmo com a conivência, injustiças e desigualdades”.
Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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