15 de outubro – 28º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
15 de outubro – 28º DOMINGO DO TEMPO COMUM

EM JESUS, DEUS CHAMA A TODOS PARA O REINO

No Evangelho, narra-se a parábola de um rei que ofereceu grande banquete para celebrar o casamento do seu filho, mas os convidados se recusaram a ir. Esse matrimônio, conforme a tradição bíblica, evoca a aliança entre Deus e seu povo. Tal parábola usa os mesmos termos do profeta para descrever a renovação da aliança em seu tempo (Is 54,5-6), ou seja, a festa de regozijo no dia do juízo, quando o Senhor salvará seu povo (Is 25,6-9). A narrativa direciona o leitor e os ouvintes para as núpcias escatológicas, do fim dos tempos. Nós, que escutamos, neste ano, o Evangelho de Mateus aos domingos, lembraremos que o próprio Jesus se designou como o Esposo ou o Noivo esperado (Mt 9,15; 25,1).

A parábola sublinha a teimosia dos primeiros convidados, que não atendem ao chamado para participar da aliança. Esse chamado vai se estender, então, às “encruzilhadas dos caminhos”, dirigindo-se agora não só aos filhos de Israel, mas também a todos os povos. É-nos ensinado que a participação no Reino de Deus não depende de pertencer ao primeiro círculo dos convidados. A exigência inicial é responder positivamente ao chamado.

Uma situação desconcertante interrompe a festa, e o caso parece grave porque diz respeito a um dos convidados, a quem o rei trata por “meu amigo”. Na língua original, esse é o mesmo termo pelo qual, em outra parábola, os trabalhadores insatisfeitos da primeira hora são designados (Mt 20,1-16: cf. v. 13). Jesus também designará Judas por esse termo (Mt 26,50). Muitas vezes, tal expressão se referia a alguém da própria intimidade ou pelo menos, a uma pessoa com quem se pensava ter laços estreitos, antes de ela se afastar para trair. Esse é o “amigo”, um dos chamados, que não se dispõe a mudar nada em si, ainda que tal postura resulte na impossibilidade de continuar a participar do banquete.

Nisto consiste o ensinamento que o evangelista nos traz: a participação na festa do Reino de Deus exige mudança de atitude, arrependimento, verdadeira conversão – o que se traduz em seguir a Cristo, trilhar um caminho de humildade, tornar-se servo dos pequeninos etc. A vestimenta de festa constitui, então, um símbolo dessa mudança radical para a vida nova em Cristo. Portanto, essa parábola é, sobretudo, uma advertência a todos nós sobre a necessidade de, no seguimento de Cristo, nos colocarmos em constante processo de conversão.

Christian Dino Batsi, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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