NÃO PROMESSAS, MAS OBRAS AGRADÁVEIS A DEUS
Não basta prometer; é necessário cumprir o que se prometeu. Só boas intenções não são suficientes. Conheço pessoas que prometeram largar de fumar, mas não largaram. Belos discursos podem impressionar. Argumentações bem calculadas chegam a provocar sentimentos de inveja nos ouvintes. Pregações eufóricas sobre o céu, o pecado, os mandamentos podem comover e arrancar lágrimas. Até aqui estamos no nível da sugestão, dos bons conselhos, ou das ameaças.
É indispensável que tudo isso seja comprovado pela prática. Prática das boas obras. Recado para todos, principalmente para quem prega, faz discurso, enfim, fala para os outros. Do contrário, seu anúncio não tem consistência. Por ser vazio, não é confiável. Contra fariseus e mestres da Lei, Jesus prevenia: “Dizem, mas não fazem” (Mt 23,3). Com a rápida expansão da comunicação pelas redes sociais, hoje aumenta o número dos que sentam na “cátedra virtual” para ensinar. Dizem coisas como se fossem a última descoberta. Apresentam soluções infalíveis para doenças até agora consideradas incuráveis. Falam com vigor e convicção, como se apregoassem a única verdade, a receita mais exata.
Entre esses comunicadores, enfileiram-se os professores ou profetas da religião, cada qual “vendendo” seu produto. Isso vale para membros de qualquer confissão religiosa. Suas reflexões, seus ensinamentos só serão acolhidos e produzirão bons frutos se forem acompanhados do testemunho exemplar de quem os profere. Dizendo de outra forma, sua pregação será capaz de transformar os ouvintes na medida em que esteja alicerçada na prática da justiça e do amor a Deus e ao próximo. O papa São Paulo 6º, na exortação Evangelii Nuntiandi, n. 41, escreveu: “O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres… ou então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas”.
A respeito dos que se julgam salvos baseados na habilidade de usar as palavras, Jesus nos alerta: “Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor!’ entrará no Reino dos Céus, e sim aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). Portanto, em vez de promessas, obras. Obras agradáveis a Deus.
Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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