06 de agosto – TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
06 de agosto – TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

AS TESTEMUNHAS DA TRANSFIGURAÇÃO

Os apóstolos Pedro, Tiago e João carregavam um segredo muito precioso. O próprio Jesus havia recomendado: “Não conteis a ninguém esta visão, até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos”. Era algo grandioso, que os enchia de emoção. Uma experiência tão profunda, que eles não saberiam contar. Nem os outros acreditariam em suas narrativas. Sim, eles tinham visto o Mestre sob nova roupagem, resplendente. Contemplaram seu rosto irradiando um brilho quase ofuscante. Parecia não ser Jesus, mas era ele mesmo. Tinham subido juntos ao monte. Depois da visão, tudo voltava à normalidade. Jesus estava ali com eles, como que os despertando de um profundo sono, convidando-os a voltar à realidade do cotidiano.

Eles acabavam de ter uma amostra do céu, mas ainda estavam na terra, tinham tarefas a cumprir, longo e dificultoso caminho a percorrer. O Pai celeste transfigurou seu Filho amado, dando aos discípulos um aperitivo do que viria a ser o Cristo ressuscitado. Após a ressurreição do Mestre, então, sim, os três discípulos estavam aptos a interpretar, de modo correto, o episódio da transfiguração. Porque Jesus ressuscitado era glorioso, brilhante, transparente, leve, na verdade sem peso nenhum. Nesse caso, os três teriam a linguagem adequada, a comparação oportuna para falar de algo sobrenatural. Suas narrativas mereceriam credibilidade. Eles não seriam desdenhados como pessoas que inventavam lorotas ou narravam coisas descabidas.

Podemos imaginar a mudança que a transfiguração operou no íntimo dessas seletas testemunhas. Era uma constante lembrança, que lhes dava motivações para viver e energias suficientes para vencer os obstáculos de cada dia. A partir da transfiguração, sentiam-se certamente mais dispostos a implantar o Reino de justiça, fraternidade e paz, ainda que habitualmente encontrassem a oposição dos adversários.

A experiência da transfiguração levou Pedro, Tiago e João a assumir corajosamente as lideranças que lhes foram confiadas na Igreja nascente. As obras que realizaram eram reflexo desse encontro extraordinário que tiveram com o Senhor Jesus. Somente quem faz profunda experiência de comunhão com Cristo é capaz de realizar eficazmente as obras de Deus.

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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