01 de outubro – 26º DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo
01 de outubro – 26º DO TEMPO COMUM

A RELIGIÃO QUE LEVA A VIVER

Dirigida às autoridades, sacerdotes e anciãos do povo, a parábola do Evangelho revela quem aceita Jesus e quem o rejeita. Os dois filhos agem de forma diferente daquilo que responderam ao pai: um respondeu “não”, mas depois foi; o outro respondeu “sim”, mas acabou não indo. Pergunta desafiadora do Mestre: qual fez a vontade do pai? Resposta das autoridades: foi aquele que agiu conforme o pai havia pedido.

Religião não é realidade feita só de palavras, mas, mais do que isso, é ação, é vivência, é prática. O papa Francisco adverte sobre “cristãos papagaios”, que só falam em religião, mas não a vivem. Não basta dizer “Senhor, Senhor”; é preciso cumprir a vontade do Pai para entrar no Reino. Não leva ao seguimento de Jesus uma religião que se limite ao cumprimento de rituais e não trilhe o caminho da justiça.

Na era das imagens, em muitos ambientes, há o sério risco de a religiosidade católica se reduzir ao estético: batinas, roupas clericais medievais, correntes, turíbulos, véus… Toda essa indumentária está a serviço da vivência do Evangelho da justiça e da transformação? Em alguns círculos, o compromisso cristão de empenhar-se pelo direito dos pobres, em sintonia com as bem-aventuranças de Jesus, é motivo de ironias.

Não basta ter fé em Jesus; até seus maiores inimigos acreditam nele. A questão é ter a fé de Jesus, comprometida com o Reino de Deus e sua justiça. A fé é uma maneira de ver a realidade com os “olhos de Jesus”, o que nos leva a viver a proposta do seu Evangelho e ser coerentes com aquilo que professamos. Ela não nos deixa indiferentes diante de tanta miséria e injustiça existentes no mundo.

Jesus diz aos sacerdotes e anciãos que os cobradores de impostos e as prostitutas os precederão no Reino. A parábola quer nos levar a refletir sobre nossa maneira de viver a religião e entender o Reino de Deus. Trata-se, sobretudo, de um chamado à conversão, pois a incoerência também nos habita; nessa perspectiva, os dois filhos podem representar cada um de nós, que alternamos momentos de compromisso com o projeto de Jesus com momentos de indiferença e até de crítica à proposta do Mestre.

Pe. Nilo Luza, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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