30 de julho – 17º DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo
30 de julho – 17º DO TEMPO COMUM

EM BUSCA DO TESOURO ESCONDIDO

Quando nascemos, nossa primeira reação foi o choro. Nem tínhamos como saber do tesouro, daquela centelha divina contida em nosso peito. Ao chegarmos a este mundo, reagimos ante a alteração da temperatura e a estranheza da luminosidade, que fizeram doer os olhos e o corpo todo, em contraste com o conforto antes experimentado no ventre de nossa mãe.

Existir é adaptação. Aos poucos vamos nos adaptando à temperatura, aos ruídos, aos aromas, aos movimentos, aos sabores. Por vezes, para driblar as dificuldades, fazemos caretas, caras e bocas e, com o tempo, aprendemos a sorrir. Que bom o riso! Afinal, não viemos a este mundo destinados ao sofrimento. Estamos aqui para a felicidade.

Encontrar a felicidade é o tesouro escondido, o lugar do sentido. Não tem a ver com a grandeza, e sim com a riqueza das coisas simples. O fôlego nosso de cada dia. Acordar, respirar, sentir aromas e sabores. Tocar a profundidade da alma, do ser. O poeta Manoel de Barros soube bem dizer a vida: “Entendo bem o sotaque das águas. Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes. Prezo insetos mais que aviões. Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis. Tenho em mim um atraso de nascença. Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos”.

O tesouro escondido é feito um passarinho, tão pequeno e frágil. Mas voa, “de boa”, e nem precisa de motor. A pequenina ave é nossa sede de voar até o eterno. Ah, se aprendêssemos, com os sotaques das águas, o quanto é bonita a comunhão de toda a criação! Tudo está interligado e nenhum de nós foi feito para a solidão.

Ao virmos do ventre de nossa mãe, chegamos a este mundo para uma nova gestação. O tesouro escondido é a certeza de que estamos sendo gerados para Deus; e apesar de todas as despedidas a que somos submetidos nesta vida, desde agora estamos entrelaçados na rede do amor divino como pérolas preciosas. Um dia seremos todos saciados e entraremos em plena posse do tesouro escondido.

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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