CHAMADOS AO PERDÃO
Não é de estranhar que os judeus do tempo de Jesus não gostassem de pessoas como Mateus, as quais, além de colaborar com a dominação do Império Romano na coleta de impostos, se beneficiavam do cargo para interesses particulares.
São, em vez disso, os fariseus que estranham o fato de um mestre como Jesus chamar alguém com fama de pecador para ser seu discípulo, partilhando a vida com ele numa refeição.
A resposta de Jesus aos fariseus pode soar irônica, quando ele afirma que não veio chamar justos, e sim pecadores. Irônica porque Jesus convida também os fariseus, que se consideravam perfeitos observantes da Lei, a estudar melhor a lei da misericórdia de Deus, lição que na escola da vida eles provavelmente não haviam estudado.
A vocação de cada um de nós sempre parte de Deus, dom divino para todos os pecadores, para todos os que se reconhecem imperfeitos e limitados. Pois o chamado tem a função de nos ativar a consciência para a necessidade de aprender do Mestre, já que ser discípulo é ser aprendiz. Disso decorre que as imperfeições humanas são para Jesus não um impedimento, mas um desafio. Desafio de assumir a missão que Deus nos confia, para nos melhorarmos como pessoas e melhorarmos o mundo em que vivemos, segundo os valores ensinados e mostrados pelo Mestre.
A palavra de Jesus – que converte um coletor de impostos em seguidor – nos mostra que a atitude fundamental da vida só pode ser o perdão. Jesus não aceita o que pudesse haver de injusto no trabalho dos que colaboravam com a dominação romana, mas recrimina com maior força o julgamento condenatório, que, entre outras coisas, esconde a hipocrisia.
Conscientes de que somos chamados por Jesus, aprendamos dele a atitude da misericórdia. Ela abre a todos nós, pecadores, todos os caminhos do discipulado.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.
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