A FORÇA TRANSFORMADORA DA GRATIDÃO
Gratidão é a mais agradável das virtudes; não, porém, a mais fácil. Ser grato, dizer aos outros que estamos satisfeitos com eles, isso é virtude. É exercício para todos os dias, dado que a gratidão nem sempre brota espontânea do coração e raramente baila em nossos lábios.
Por que temos dificuldade de manifestá-la? Penso que um dos motivos é porque somos egoístas, fechados em nós mesmos, acreditando que somos o centro do mundo; que temos o direito a ser reconhecidos e valorizados por aquilo que fazemos. Essa tendência a chamar a atenção sobre nós dificulta-nos ver o bem que os outros fazem em nosso benefício. Se não consigo enxergar a bondade dos outros em meu favor, serei também incapaz de gratidão.
A gratidão é irmã do amor. O verdadeiro amor – o amor de Cristo – nada espera em troca. Assim acontece com a gratidão. A gratidão autêntica é desinteressada, livre. É companheira da alegria. Quando expresso ao outro minha gratidão, desencadeio dentro dele uma sensação agradável, relaxante; um conforto físico-espiritual, que se transforma em sorriso ou mesmo em lágrimas de contentamento. Aqui reside o imenso poder da gratidão. Suspeito, porém, que ainda não descobrimos sua riqueza nem sua força transformadora. Numa de suas catequeses, o papa Francisco dizia: “Quantas vezes dizemos obrigado em família, na comunidade, na Igreja? Quantas vezes dizemos obrigado a quem nos ajuda, a quem está ao nosso lado, a quem nos acompanha na vida? Muitas vezes consideramos tudo como se nos fosse devido!”
Vamos então prestar maior atenção no mundo que nos rodeia; sentir por toda parte a presença de Deus em suas obras maravilhosas; olhar com benevolência para as pessoas que convivem conosco e perceber os simples gestos de amor e delicadeza que testemunhamos a toda hora. Aprendamos a multiplicar expressões como “grato(a)” ou “muito obrigado(a)”; a afirmar de coração sincero: “Você me traz tanta alegria!” ou então exclamar: “Sinto-me tão bem em sua companhia!” São pequenas formas (e fórmulas) de expressar nossa satisfação, nosso bem-estar – sentimentos que provocam incontrolável vontade de agradecer. Gratidão gera gratidão!
Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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