11 de setembro – 24º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
11 de setembro – 24º DOMINGO DO TEMPO COMUM

DEUS NÃO SE CANSA DE PERDOAR

A prática misericordiosa de Jesus não é compreendida por aqueles que o cercam. Assim como em nossos dias, os contemporâneos de Jesus esperavam que ele, como mestre e pregador da Boa-nova, acolhesse somente aqueles que viviam “exemplarmente”. Mas sentar-se com os pecadores e tomar refeição com eles? Isso parecia demais!

Com o propósito de levar seus interlocutores a compreender o cerne da pregação sobre o Reino de Deus, Jesus conta três parábolas, conhecidas como as parábolas da misericórdia. As três falam de um mesmo movimento: a alegria inicial, o sofrimento da perda e da separação e a alegria do reencontro. Não importa se o que foi perdido é pouco diante do que restou; aquele que perde sempre fará todo o possível para tê-lo de volta.

As imagens do pastor aflito em busca de sua ovelha, da dona de casa angustiada em busca de sua moeda e do pai na porta, a esperar o filho que se foi, representam muito bem Deus misericordioso, assim como Jesus o compreendia. Deus se preocupa quando seus filhos e filhas, assim como aquela ovelha, buscam novas pastagens e acabam se perdendo. Mesmo que pareçamos seres sem importância, ele procura os meios mais diversos para nos ter de volta; ainda que livremente lhe demos as costas, não se cansa de nos esperar; e, se nos convertemos, ele se alegra, porque voltamos à vida.

Somos constantemente convidados a retornar para junto de Deus, onde temos segurança e proteção. Por mais que nos afastemos dele e de seu projeto, ele estará sempre a nos esperar e pronto para nos perdoar e nos abraçar. Como bem nos lembrou o papa Francisco: “Deus jamais se cansa de nos perdoar. Nós é que nos cansamos de pedir perdão” (Ângelus, 17/3/2013).

Essa experiência de amor incondicional e de perdão absoluto deve nos levar a também sermos misericordiosos com todos os que nos circundam. Se Deus perdoa sempre, quem somos nós para condenar nosso irmão? Todos somos necessitados da misericórdia divina, e o que nos cumpre fazer é, sempre que possível, ser canais dessa misericórdia para nossos irmãos e irmãs.

Por isso, nossas comunidades deveriam ser verdadeiros centros de acolhida. Usando uma imagem querida ao papa Francisco, nossa Igreja deveria ser um “hospital de campanha”, aberto a todos os feridos e machucados do mundo. O Evangelho de hoje nos convida a deixar de lado o falso moralismo e fazer do modo de agir de Deus nosso próprio modo de ser e de atuar.

Manoel Gomes Filho, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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