12 de fevereiro: 6º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
12 de fevereiro: 6º Domingo do Tempo Comum

DISCERNIR O ESPÍRITO DA LEI

Continuamos na montanha com Jesus, ouvindo seu “sermão”. Lá, depois de dizer que não veio abolir a lei e os profetas, ele propõe novo jeito de ler e interpretar as leis “dos antigos”. Jesus tem dupla atitude diante das leis: de ruptura com as interpretações fundamentalistas e de continuidade com o objetivo da lei, que é alcançar a justiça do Reino.

Na comunidade de Mateus, provavelmente também havia duas atitudes opostas: não ver valor nenhum nas leis e vivê-las nos mínimos detalhes. O autor do evangelho procura ajudar a discernir as propostas dos antigos com a ajuda dos conselhos de Jesus. Mateus apresenta alguns exemplos de como viver os mandamentos.

“Não matar” não é apenas evitar o derramamento de sangue. É necessário tirar de dentro do coração tudo o que pode levar ao homicídio: raiva, ódio, inveja, vingança, intolerância. O desprezo, a discriminação e a rotulação não valorizam a vida do outro.

Sobre o adultério, o Mestre nos diz que é preciso cortar o mal pela raiz e assim evitar a consumação da traição. A advertência radical de Jesus implica a disposição de evitar os maus desejos para não chegar ao ato. O que se propõe é a fidelidade e o respeito entre o homem e a mulher que assumem o casamento.

Sobre o divórcio, Jesus aponta para o ideal, nem sempre fácil de viver. Marido e mulher firmam um compromisso de amor e fidelidade que não pode ser rompido por qualquer motivo (cf. Mt 5,32). Os esposos devem saber aceitar-se mutuamente com a mesma misericórdia com que Jesus acolhia as pessoas. E, diante de quem se divorciou, a Igreja precisa ter as mesmas atitudes de amor e misericórdia de Jesus.

Sobre o juramento, Jesus nos ensina que deve haver sinceridade entre os membros da família e da comunidade. É importante saber dizer sim e não, conforme o caso. Para a comunidade de Mateus, não há necessidade de juramento quando as pessoas são sinceras e coerentes.

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“Os esposos assumem o desafio e o anseio de envelhecer e gastar-se juntos, e assim refletem a fidelidade de Deus. Esta firme decisão, que marca um estilo de vida, é uma ‘exigência interior do pacto de amor conjugal’, porque, ‘quem não se decide a amar para sempre, é difícil que possa amar deveras um só dia’. Mas isto não teria significado espiritual, se fosse apenas uma lei vivida com resignação. É uma pertença do coração, lá onde só Deus vê (cf. Mt 5,28)” (AL 319).

Pe. Nilo Luza, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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