Fé na vida | Paulus Editora

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Fé e Educação

18/07/2016

Fé na vida

Por Rogério Darabas

Vivemos novos tempos.  Grandes mudanças acontecem de maneira surpreendente. Questões outrora fundamentais, valores essenciais ficaram em segundo plano ou se tornaram obsoletos. Todas essas mudanças mexem com o ser humano. Não ficamos indiferentes.  As grandes questões sobre o sentido da vida permanecem? Vale neste novo tempo pensar sobre o sentido de ser? Qual o papel e a presença da religiosidade na vida do ser humano?  O que tem a ver educação com religião? É possível educar na fé? É papel da escola?

Os quatro pilares da educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, certamente contemplam de maneira muito clara e objetiva o verdadeiro sentido de uma instituição educacional, seja ela confessional ou não.  Questões relacionadas à religião e religiosidade sempre são muito discutidas. Devem ou não devem fazer parte dos programas educacionais?

A grande maioria das escolas de educação básica, de linha confessional, católicas ou protestantes, mantém em sua matriz curricular aulas de Ensino Religioso ou Introdução à Teologia. Até certo tempo atrás, confundia-se com aulas de catequese, doutrinação, evangelização ou uma oportunidade para formação de valores. Atualmente, graças à formação dos profissionais, pesquisa e muita reflexão, a educação religiosa nos colégios é compreendida como um espaço privilegiado para o conhecimento das religiões e tudo o que elas contemplam. Ter um espaço para estudo, pesquisa e debate sobre as  questões religiosas nas escolas é acreditar que, ao conhecer um pouco sobre o complexo universo religioso, cada educando estará mais preparado para conviver com a diversidade de um modo geral.

Importante ter claro que se trata de área de conhecimento. Portanto, nada de proselitismo, mas de oportunidade para conhecer. Conhecimento não pode estar relacionado à crença. Não é imposição. Nesse sentido, cada instituição educacional deve ter o compromisso de oferecer sempre mais informações sobre o assunto, evitando posicionamento direcionado ou destacando esta ou aquela denominação religiosa. Quanto mais conhecimento, mais percepção e consciência terá o educando sobre o sentido de estar e ser no mundo.

A religiosidade é um valor inerente ao ser humano. É no berço familiar que cada ser humano pode ou não receber as orientações para a formação da sua religiosidade. No seu desenvolvimento e amadurecimento fará as suas escolhas, que caminho seguir.  E opções não faltam. Cada vez mais surgem novos movimentos religiosos e outras inúmeras doutrinas com suas filosofias de vida. E aqui entra o papel da escola como espaço e oportunidade para que seus educandos se apropriem de tal conhecimento.

A escola é espaço para o desenvolvimento do conhecimento, inclusive o religioso. Também ela poderá oferecer outras experiências que vão além da sala de aula, onde seus educandos possam realizar experiências e contatos com instituições religiosas que testemunham modos diferentes de viver o sagrado.

Há um velho ditado que diz: “Religião, política e futebol não se discute”.  Com conhecimento e maturidade é possível sim, desenvolvermos discussões saudáveis e prazerosas sobre qualquer assunto. O conhecimento religioso é uma oportunidade para superarmos divergências, praticarmos a tolerância e valorizarmos a diversidade. Afinal, somos diferentes, mas iguais. Somos seres inacabados. Buscamos a cada dia novas respostas para as perguntas que naturalmente vão surgindo. Falar sobre religião é uma forma de educar e formar para a vida. Ter uma fé religiosa é ter fé na vida.

1 comentário

18/7/2016

Mirlene Moreira Melo Canestraro

Muito bem Rogério, gostei muito do seu novo artigo! Também acredito que ao fomentar o conhecimento sobre a diversidade religiosa estaremos possibilitando as nossas crianças, a conhecerem mais a respeito do assunto, tornando-as mais tolerantes com a diversidade de pensamentos e assim, possibilitar a todos uma convivência mais fraterna! Obrigada pela excelente reflexão!