19 de junho: 12º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
19 de junho: 12º Domingo do Tempo Comum

PERDER E SALVAR A VIDA

O Evangelho de Lucas apresenta a missão de Jesus como um grande caminho da Galileia até Jerusalém. Um caminho em favor da vida, onde Jesus está em constante atitude de oração. Pois é a comunhão com o Pai, alimentada pela oração filial, que mantém Jesus em seu caminho. Jesus reza e dá testemunho de oração aos discípulos. Eles estão com Jesus em lugar retirado, vendo com os próprios olhos que uma autêntica missão só se consegue levar adiante quando alicerçada na oração, com a graça de Deus. Rezar, de fato, é apresentar nossa vida a Deus e deixar que ele nos fale e se revele como o Deus de amor.

Não é à toa, portanto, que Jesus quis saber o que pensavam dele as pessoas, mas sobretudo os discípulos que o acompanhavam de perto. Em comunhão com o Pai, Jesus sabia que o destino de sua missão eram o sofrimento, a rejeição, a morte e a ressurreição. Mas ele sabia também que eram grandes as expectativas dos seus compatriotas a respeito de um “Messias”, um “Cristo” glorioso que viesse com a força do alto para tomar o poder dos romanos.

A resposta de Pedro, corre­ta, indica sua fé em Jesus como o Messias de Deus. E Jesus então, pa­ra evitar mal-entendidos, esclarece que tipo de Messias ele é: não o Messias rei poderoso, mas o Messias humano (Filho do homem) que segue o caminho da doação e do sofrimento.

É este, afinal, o caminho que Jesus deixa aos seus seguidores: caminho de renúncia a si mesmo pelo bem do outro, caminho de sofrimentos diários que encontram sentido no sofrimento maior do Mestre, o qual dá o exemplo do amor que leva a entregar tudo, até a própria vida.

De modo que a pergunta de Jesus se repropõe para nós hoje: “O que vocês dizem que eu sou?” Nossa resposta dependerá, sem dúvida, de como estamos deixando que Deus se revele a nós e de como estamos dispostos a gastar a vida, neste mundo, pela mesma causa que a de Jesus.

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“(…) não poderemos jamais tornar os ensinamentos da Igreja uma realidade facilmente compreensível e felizmente apreciada por todos; a fé conserva sempre um aspecto de cruz, certa obscuridade que não tira firmeza à sua adesão. Há coisas que se compreendem e apreciam só a partir desta adesão que é irmã do amor, para além da clareza com que se possam compreender as razões e os argumentos” (EG 42).

Pe. Paulo Bazaglia, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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