25 de outubro: 30º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo
25 de outubro: 30º Domingo do Tempo Comum

CEGO E MENDIGO

Ouvindo Jesus passar, Bartimeu, cego e mendigo, renova a esperança e grita por piedade. O homem esquecido à beira do caminho pressente a oportunidade de abandonar a vida de marginalizado. Seu grito é ouvido pelo Mestre, que o chama para junto de si. Com esse relato, Marcos conclui a seção dos milagres.

O homem cego pode ser figura dos discípulos, que não compreendem nem aceitam o messianismo de Jesus (preso, crucificado e morto), pois sonham com um messias triunfalista e poderoso, que os leve também ao poder.

Está sentado e imóvel à beira do caminho, lugar onde a semente cai, mas não dá fruto porque é arrebatada pelo inimigo (cf. Mc 4,4). O inimigo (satanás, figura da ideologia do poder) não deixa que a mensagem de Jesus penetre na mente e no coração da pessoa, pois essa mensagem tem poder de transformar, tirar da cegueira, eliminar a alienação e integrar novamente a pessoa ao convívio social.

Sentado à beira do caminho, o cego está mendigando, isto é, não tem vida autônoma nem se sustenta pelos próprios meios, mas é dependente da ajuda dos outros, que assim o mantêm preso a si mesmos. Por isso, não desejavam que se aproximasse de Jesus, isto é, que acolhesse a proposta libertadora do Mestre, mas sim que se mantivesse aferrado à ideologia messiânica davídica.

O gesto de jogar o manto simboliza que o cego (discípulos) abandonou seu estilo de vida preso àquela ideologia e assume a proposta de Jesus, que lhe deseja vida e liberdade. Recuperando a vista, torna-se livre, caminha com as próprias pernas e ilumina com os próprios olhos o caminho a seguir. Torna-se discípulo, seguidor de Jesus.

O grito do cego é o mesmo grito do povo pobre e oprimido que incomoda os bem-instalados, os que estão tranquilos na sua vidinha cotidiana e não desejam mais um competidor nos seus espaços e privilégios, os que se sentem ameaçados pela ascensão do pobre. A história de Bartimeu pode se repetir ainda em nossos dias quando nos opomos às conquistas dos marginalizados.

 Pe. Nilo Luza, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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