Debate em torno da religião, cultura e mídia | Paulus Editora

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09/04/2015

Debate em torno da religião, cultura e mídia

Por Imprensa

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PAULUS Editora realiza uma série de eventos que marcam o lançamento do livro Trânsito religioso, cultura e mídia

A PAULUS iniciou o ciclo de palestras a partir do diálogo em torno da pesquisa de campo do professor e autor Adilson José Francisco. Sua obra Trânsito religioso, cultura e mídia relata os diversos motivos da circulação religiosa e das mudanças que ocorreram nos últimos tempos na religião neopentecostal.

A programação começou, na noite de quarta-feira (08/04), inicialmente na PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), com muitas pessoas, entre elas professores, doutorandos, doutores e graduandos do curso de Ciências da Religião e diversos interessados no tema.

Na palestra o autor falou das crenças religiosas de evangélicos pentecostais e o motivo pelo qual as pessoas transitam nas várias religiões, em busca de sentido para a existência e na busca da prosperidade. Em suas análises Adilson vivenciou de perto a fé de muitos dos seus personagens, participou de ritos e pregações e também comungou da dor dos fiéis, descrevendo o perfil dessas pessoas, que aderem as muitas religiões. Assim, o autor transmite em sua obra de fato o que é expansão neopentecostal, fenômeno este muito curioso que ocorre especialmente no Brasil. O autor faz uma transcrição literal, onde os depoimentos, as narrativas são indicativas de cultura, experiências e de prática, pensamentos, e modos de ser da pessoa.

O livro é composto por seis capítulos, por horizontes do incerto terreno de proselitismos contemporâneos, que com suas atividades ganham espaço nas mídias e até assumem embates políticos. Dessa forma, ao acompanhar o impacto das perturbações da sociedade atual e sua exposição na mídia, o autor resgata importantes considerações para as diferentes áreas do conhecimento.

Para Adilson, a ideia de trabalhar a religião e o modo como ela é vivida na relação social e nas cidades nos dias de hoje, sempre foi um tema forte. Atualmente o modo como as pessoas vivem, como elas se separam das suas matrizes religiosas é algo cada vez mais frequente, segundo ele.

“Objetivei tentar identificar quais são os fatores mobilizadores desse processo de trânsitos e de passagens, e por isso quis pesquisar. Temos um tema não só candente na realidade brasileira, mas no cenário nacional. O trabalho foi resultado da minha tese de Doutorado. Procurei compreender como o neopentecostalismo tem mexido com a sociedade, com cenário político e com as mídias”.

Segundo Maria do Rosário da Cunha Peixoto, coordenadora do curso de Pós-graduação em História da PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), o autor desenvolveu um belo trabalho, por meio da história oral. Para ela, Adilson transmite verdade em todas as experiências vividas no campo neopentecostal. Para a professora, uma vez que a história oral trabalha com pessoas, essas devem ser respeitadas em seu universo. Segundo a educadora, o dever de todo historiador é justamente não se preocupar se as pessoas estão falando a verdade, mas sim com o significado que elas dão para suas experiências, para os processos que elas fazem parte, o que as leva a sair e entrar de determinada Igreja.

O autor ainda analisa as transformações no entorno do mundo religioso. Adilson estudou o tempo presente com todas as suas ambiguidades e desafios a partir desse fenômeno novo e demonstra como as pessoas estão construindo o ser religioso, revela as estratégias das instituições na ótica do fiel. Por fim, dedica o trabalho para todos e ressalta que o livro possui teor analítico e sistematização acadêmica, mas não impede que o público em geral possa entender. Para que os leitores pudessem ter um visão panorâmica da sua vivência foram entrevistadas 97 pessoas dos mais diferentes gradientes religiosos.

O próximo evento acontece dia 10 de abril no ITESP.

ITESP
Dia: 10/04/2015, às 8h30, na Rua Dr. Mário Vicente
Vila Dom Pedro I, São Paulo – SP.