O que a fé e os jogos olímpicos têm em comum? | Paulus Editora

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Igreja e Sociedade

30/07/2024

O que a fé e os jogos olímpicos têm em comum?

Por Jenniffer Silva

Com o início dos Jogos Olímpicos de Verão 2024, realizados este mês em Paris, fui tomada pela curiosidade em conhecer mais sobre a história da maior competição esportiva do mundo, e muito me surpreendeu a relação histórica que as olimpíadas têm com a Igreja Católica.

Embora surgida por volta do século VIII a.C., somente em 1890, as Olimpíadas, como a conhecemos hoje, começou a se consolidar no cenário mundial.

A retomada foi possível graças ao desejo do pedagogo suíço Pierre de Frédy, o Barão de Coubertin, de incentivar a prática esportiva na sociedade como forma de promover a paz entre as nações.

Apesar do nobre desejo do Barão, os jogos não eram bem aceitos pelas lideranças da época (incluindo a Igreja Católica) e algumas das modalidades eram consideradas muito violentas – o que invalidava a motivação para a realização do evento.

Em 1905, com a escolha de Roma como país sede dos jogos de 1908, os laços com a Igreja começaram a ser construídos. Com medo de hesitações, o Barão de Coubertin se encontrou com o Papa Pio X no Vaticano e recebeu a aprovação pontifícia para a realização das Olimpíadas. Contudo, a edição não aconteceu como previsto, devido uma erupção do vulcão Vesúvio. Somente em 1960 a competição chegou, finalmente, a Roma.

Naquele ano, já sobre o papado de João XXIII, os atletas das 83 delegações foram recebidos pelo Santo Padre, na Praça São Pedro, um dia antes do início dos jogos, com um discurso marcado pela superação das diferenças e encontro fraterno.

Quando li sobre esses fatos históricos, pensei em como o esporte, assim como a fé, são instrumentos reais de construção da paz.

Se pensarmos que a nossa fé se concretiza na vida em comunidade, por meio das pastorais e serviços que realizamos, podemos, porque não, nos imaginarmos como os atletas que se dedicam em conquistar mais do que medalhas: desejam, sobretudo, superar as dificuldades, unir os seus países, mesmo que por um instante, e oferecer um pouco de esperança ao povo.

Essa percepção pode ser aprofundada a partir da leitura da obra “Esporte pra quê?”, publicada pela PAULUS Editora. Escrito por Carmen Lucia Campos, o livro traz a história de personagens que querem se tornar atletas e o sonho de uma professora que, com a convicção do poder transformador do esporte, luta para oferecer diferentes modalidades às crianças.

Entre sonhos e metas, como cristãos, também desejamos ser luz em meios às trevas, ser sal na terra marcada pela indiferença de muitos. Queremos, ao anunciar Jesus Cristo, propor um novo projeto para a humanidade: em que o amor é maior que qualquer diferença, pois cremos em um Deus que é Pai e pelo seu povo, foi capaz de descer do “pódio”’ para mostrar ao mundo uma nova perspectiva de vitória.

Cristãos e atletas têm, neste sentido, a bonita missão de utilizar os dons recebidos em favor da construção da cultura da paz, da fraternidade e da união entre todos. Que não falte a nenhum deles a garra, a fé e o entusiasmo necessários.

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