Temos poucas informações sobre a cidade de Colossas. É uma antiga e importante cidade no vale do Lico, atual Turquia (Ásia Menor), perto de Laudiceia e Hierópolis. Dista em torno de 120 km de Éfesos. Por volta de 60 d.C., houve um terremoto que destruiu Laodiceia. A proximidade geográfica das duas cidades é possível que também Colossas tenha sofrido estragos. Posteriormente foi reconstruída, atualmente praticamente desapareceu. Paulo nunca visitou a cidade de Colossas. Sua prosperidade é atribuída principalmente pela criação de ovelhas. Se destacava também na indústria da lã e das tinturas. Durante o império romano perdeu a importância e, aos pocos, foi decaindo.

A comunidade estabelecida nessa cidade, provavelmente, foi fundada por Epafras, discípulo e companheiro de Paulo (Cl 1,7). A comunidade de Colossas era formada principalmente de origem gentia. Paulo provavelmente não teria visitado a comunidade de Colossas (Cl 2,1). A Carta, provavelmente foi entregue por Tíquico e Onésimo (Cl 4,7-9). Colossenses faz parte das “cartas do cativeiro” (junto com Ef, Fl, Fm e 2Tm), escritas enquanto Paulo está preso, não se sabe onde nem quando (provavelmente Éfeso ou Roma).

É provável que seja uma “carta deuteropaulina”, atribuída a Paulo, mas provavelmente não escrita por ele, mas pela “escola paulina” ou por um discípulo seu, talvez Timóteo. Se assim, teria sido escrita pelo ano 80-90 d.C. Se for uma “carta autêntica” deve ser datada pelo ano de 60 d.C. A comunidade de Colossas era formada por pessoas vindas do paganismo (1,21) e costumava se reunir nas casas de famílias de Ninfas (Cl 4,15) e na de Arquipo (Cl 4,17).

Colossenses e Efésios são muito parecidas no aspecto literário como no conteúdo. As duas cartas compartilham numerosas passagens, expressões e palavras. Colossenses provavelmente foi escrita antes de Efésios. Aquela é a base para esta. Quase a metade dos versículos de Efésios tem paralelo em Colossenses.

Os primeiros destinatários da Carta são os membros da Comunidade de Colossas. Assim Paulo se dirige a uma comunidade não formada por ele. Paulo solicita que a Carta seja lida também na comunidade vizinha de Laodiceia (Cl 4,16). Podemos esquematizar a Carta aos Colossenses da seguinte forma:

Saudação, ação de graças e súplicas (Cl 1,1-14): Começa com uma saudação corriqueira. A seguir apresenta o tripé – fé, amor e esperança – que é o fundamento da vida cristã. O autor propõe o conhecimento de Deus, pedindo vários dons.

A superioridade de Cristo (Cl 1,15-2,5): Aqui está o bonito “hino cristológico”. Cristo é a imagem do Deus invisível, é a cabeça da Igreja. Tudo foi feito por meio dele. A reconciliação dos colossenses com Cristo ressuscitado. O autor faz um apelo para conhecer o “mistério de Deus” e não se deixarem enganar pela “filosofia colossense”.

Consequências para os cristãos (Cl 2,6-3,4): Pelo batismo, os cristãos participam da morte e ressurreição de Cristo. Ele nos trouxe a liberdade quanto aos elementos deste mundo: comer, beber, cultos angelicais, festas dos astros. O cristão está morto ao pecado, por isso procura as coisas do alto.

Exortações e saudações (Cl 3,5-4,9): A parte é dedicada a exortações para superar o “homem velho”, abandonando certos vícios. Dá uns conselhos práticos para a vivência nas famílias e nas comunidades. Faz uma exortação para serem vigilantes na oração.

Notícias e saudações (Cl 4,10-18): A Carta termina com uma lista de saudações, citando várias pessoas que estiveram muito próximas de Paulo.

Nilo Luza nasceu em 1947, no Estado do Rio Grande do Sul. Ele é religioso da Congregação dos Padres e Irmãos Paulinos. É graduado em Filosofia e Teologia. Desenvolve sua missão paulina na redação do Semanário Litúrgico Catequético O Domingo e de Liturgia Diária.

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