Maria, Maria Madalena, Teresa de Calcutá, Dulce, Dorothy, Zilda Arns… mulheres de diferentes tempos, mas que compartilhavam um imenso amor por Deus e uma profunda obediência aos desígnios do Pai para suas vidas.
Durante os primeiros séculos, mulheres como Santa Perpétua, Santa Felicidade e Santa Catarina de Alexandria foram exemplos de martírio e liderança cristã.
Claro que elas não estavam sozinhas; com elas, outras centenas de mulheres fizeram do projeto de vida de Jesus uma realidade, onde quer que estivessem.
Muitas delas optaram pela vida religiosa, especialmente ao longo da Idade Média, com a fundação de mosteiros femininos e ordens religiosas dedicadas às mulheres. Dentre essas, destacam-se Santa Clara de Assis e Santa Teresa de Ávila.
Além de abraçarem uma vida de oração, essas mulheres também promoviam um intenso trabalho de educação, saúde e assistência social.
Apesar das restrições comuns nos primeiros séculos, são de mulheres alguns dos grandes ensinamentos teológicos que perduram até hoje, como Edith Stein, uma das mais conhecidas doutoras da Igreja.
Seja por meio do seu sim absoluto, pela coragem de anunciar a ressurreição em um cenário, muitas vezes, marcado pela perseguição, pelo trabalho incansável junto aos mais pobres ou pela determinação em denunciar todo e qualquer tipo de injustiça social, a presença das mulheres ao longo da história da Igreja reitera, a todo o povo de Deus, sua importância na construção do Reino.
Em cada comunidade de fé, é notável a presença delas nas atividades pastorais e sacramentais. Arrisco dizer que, em grande parte, as mulheres são a maioria e dão vida à missão no território.
Não à toa, fomos contemplados no início deste ano com a nomeação da primeira mulher como prefeita no Vaticano para o Dicastério da Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica, um grande marco tanto para a Igreja quanto para a sociedade.
Este tema é profundamente debatido na obra Espaços Litúrgicos de Mulheres, que busca descobrir como seria possível configurar a participação das mulheres na liturgia, dentro da estrutura formal e institucional da Igreja, com a perspectiva de revisitar o passado, transformar o presente e desenhar o futuro.
Unidas pelo compromisso de testemunhar o amor de Deus, essas mulheres demonstram como são extraordinárias e como conquistaram espaço e voz em cada lugar, em cada tempo e em cada nova missão que assumiram.