O homem é um ser social e, por isso mesmo, um ser familiar. Precisa dos outros para existir, crescer e sobreviver. A vida humana se caracteriza pela interdependência das pessoas e instituições. Ninguém é uma ilha. A primeira sociedade que a pessoa encontra e da qual depende é a família. O homem é um ser familiar, com a vocação de se preparar para conviver com os outros, em sociedade. A vocação da humanidade é ser uma grande família. O próprio Criador é, em seu mistério trinitário, uma família. Cria o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, para serem uma comunidade de vida e de amor. Por desígnio de Deus, o ser humano é um ser familiar, uma vez que toda paternidade vem de Deus, e não é bom ao homem estar só, nem separar o que Deus uniu, mas ser, na família, uma só carne. Na família divina está a genealogia da família humana. A natureza humana impulsiona o encontro do homem e da mulher. Carregamos dentro de nós um instinto familiar, uma lei de comunhão, de unidade e de convivência. A família é anterior a qualquer instituição humana e está a serviço da geração de vida e da dignidade da pessoa. Na reciprocidade e complementaridade entre o homem e a mulher, encontra-se o fundamento natural da família. Da comunhão conjugal emana a comunhão familiar. Essa comunhão radica-se nos laços naturais da carne e do sangue. O homem é um ser familiar pela ordenação da lei natural, mas, principalmente, pelo fato de ser criado por Deus: “Ele os criou homem e mulher” (Gn 1,27).