Esperança transformada em música

Nos dias 24 e 25 de Julho, o Centro PAULUS de Convivência – Osasco participou da reunião pedagógica da Escola Messias Gonçalves da Silva. Há um mês estivemos em uma formação continuada a qual o livro utilizado trazia uma poesia com alguns termos capacitistas. Refletindo sobre o contexto histórico da época em que o referido livro foi lançado, dá para compreender que outrora alguns termos pejorativos eram costumeiramente utilizados, todavia, na medida em que os avanços civilizatórios significativos vão sendo conquistados por meio de conferências, políticas públicas, e, sobretudo, da escuta das pessoas com deficiência, avançamos na direção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Contudo, resolvemos responder a “poesia capacitista” com uma poesia de esperança, como bem nos ensinou o GRANDE Mestre da educação brasileira, Paulo Freire: a esperança do verbo esperançar.

Acontece que essa esperança transformou-se em música e quando compartilhada com meu amigo , ex-atendido pelo CPC Osasco, Felipe Cavalier, transformou-se novamente em lugar de fala de uma poesia do verbo esperançar musicada. Assim que compartilhamos com a direção da escola, toda equipe técnica emocionou-se, mobilizou-se e nos convidou para um encontro pedagógico. Nesse encontro precioso, viram-se ex-alunos, professores, alunos, coordenadores, diretores em uníssono, como se o tempo pudesse parar e admirar “outroragora” nesse inexato momento da existência, o poder de transformação da educação. Não essa educação sisuda e coercitiva, mas sim a educação poética da narrativa, onde autor, protagonista, tempo e espaço coexistem em afeto, criatividade e criticidade. Por isso: Para brincar leve-me contigo / Leve feito criança / Para falar olhe nos meus olhos e ouça com seu coração / Leve-me n’âlma juntos à correr / Na pressa da calma / Existo, logo penso / Não fale por mim / Fale para mim / Eu sei, eu posso, sou resiliente / Não sou frágil, sou apenas diferente.