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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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28*

V. ADVERTÊNCIAS

Contra Samaria -* 1 Ai da coroa soberba dos bêbados de Efraim, da flor murcha que usam como enfeite e que cresce no alto do vale fértil! Ai dos que estão encharcados de vinho! 2 Vejam! Um homem forte e robusto enviado pelo Senhor, como chuva de pedras, como furacão devastador, como chuva torrencial que alaga tudo: com a mão, ele joga ao chão 3 e pisa com os pés a coroa soberba dos bêbados de Efraim 4 e a flor murcha que usam como enfeite e que cresce no alto do vale fértil. É como figo temporão: quem o , o devora logo que o tem na mão.

5 Nesse dia, Javé dos exércitos será uma coroa esplêndida, uma grinalda majestosa para o resto do seu povo: 6 será um inspirador de justiça para aqueles que se assentam para julgar, e será força para os que rechaçam o ataque à porta da cidade.

Contra os sacerdotes e profetas -* 7 Também estes andam tontos de vinho, também eles cambaleiam pelo efeito da bebida forte. Sacerdote e profeta estão confusos pela bebida, estão tomados pelo vinho, divagam sob o efeito da bebida, andam confusos em suas visões, divagam em suas sentenças. 8 As mesas estão cheias de vômito e sujeira: não nenhum lugar limpo. 9 A quem vai ele ensinar? A quem vai explicar a doutrina? A crianças desmamadas, que mal largaram de mamar? 10 Ele diz: «çav laçav, çav laçav; cav lacav, cav lacav; zeer sham, zeer sham». 11 De fato, é com lábios balbuciantes e em língua estranha que se falará a este povo. 12 Ele lhes tinha dito: «Este é o descanso; deixem os cansados descansar; este é um lugar tranqüilo». Mas eles não quiseram ouvir. 13 Diante disso, para eles virá a palavra de Javé: «çav laçav, çav laçav; cav lacav, cav lacav; zeer sham, zeer sham». Isso para que, ao andarem, acabem caindo para trás, sejam derrotados, laçados e presos.

O flagelo destruidor -* 14 Escutem a palavra de Javé, homens arrogantes, governantes desse povo que está na cidade de Jerusalém. 15 Vocês dizem: «Fizemos aliança com a morte, com a morada dos mortos fizemos um acordo: quando o flagelo destruidor passar, não nos vai atingir, pois temos um abrigo na falsidade, nós nos escondemos debaixo da mentira». 16 Por isso, assim diz o Senhor Javé: Eu vou assentar no monte Sião uma pedra, pedra escolhida, angular, preciosa e bem firmada; quem nela confiar, não será abalado. 17 Vou estabelecer o direito por medida e a justiça como fio de prumo; a chuva de pedras arrasará seu falso esconderijo e a tromba d'água alagará seu abrigo. 18 Sua aliança com a morte será quebrada, e cairá seu acordo com a morada dos mortos; quando o flagelo destruidor passar, pisará sobre vocês. 19 Cada vez que ele passar, os arrebentará; e ele passará a cada manhã, de dia e de noite. Então a angústia fará aprender a lição. 20 E a cama vai ser muito curta para alguém dormir nela, e o cobertor estreito demais para que possa cobrir alguém.

21 Como aconteceu na montanha de Farasim, Javé vai se levantar; como aconteceu no vale de Gabaon, vai ficar enfurecido para completar o seu trabalho, um trabalho diferente; para acabar a sua tarefa, uma tarefa muito estranha. 22 Não fiquem zombando, senão eles apertarão mais as algemas de vocês, pois ouvi falar da destruição que atingirá toda a terra - é coisa decidida pelo Senhor Javé dos exércitos.

Deus age na hora certa -* 23 Ouçam bem e escutem a minha voz, prestem atenção e dêem ouvidos às minhas palavras. 24 Será que o lavrador fica todos os dias arando o seu terreno para o plantio, abrindo sulcos e gradeando a sua terra? 25 Por acaso, não aplaina a superfície, não espalha a semente de endro e não semeia o cominho? Depois, não planta o trigo, a cevada, o milho e a aveia numa faixa lateral? 26 É o Deus dele que o instrui e lhe ensina as regras. 27 Não é na debulhadeira que se bate o endro, nem se passam as rodas de uma carroça sobre o cominho, pois o endro se debulha com vara e o cominho com bastão. 28 Não se tritura o trigo, não se debulha continuamente, mas passa-se sobre ele a carroça que o debulha sem o triturar. 29 Tudo isso vem de Javé dos exércitos; ele é maravilhoso para dar conselhos e grandioso em sabedoria.




* 28-33: A maioria desses oráculos pertence ao terceiro e quarto período da atividade de Isaías (cf. Introdução ao Primeiro Isaías). A Assíria estende cada vez mais seus domínios, e o rei de Judá é tentado a entrar num perigoso jogo de alianças. Nesse tempo conturbado, Isaías salienta que só em Deus existe segurança, e retoma agora o que já dissera por ocasião da guerra siro-efraimita (segundo período da atividade do profeta).



* 28,1-6: O profeta descreve a situação caótica do Reino de Israel, no momento em que a Assíria, grande potência da época («homem forte e robusto»), está pronta para invadir o país e destruir sua capital, Samaria (722 a.C.). O acréscimo dos vv. 5-6 descreve a esperança daqueles que ainda depositam em Javé sua confiança e que esperam dele a realização da justiça na paz, e a coragem para enfrentar os inimigos na guerra.



* 7-13: Os sacerdotes e falsos profetas de Judá também participam da anarquia reinante. Zombando, eles dizem que Isaías ensina coisas sem sentido, como crianças que ainda não aprenderam a falar. Para reproduzir esse linguajar, são usadas palavras incompreensíveis (v. 10), que Isaías retruca repetindo a mesma coisa (v. 13): porque eles zombam da palavra de Javé, serão obrigados a ouvir a língua estranha do inimigo que invadirá o país.



* 14-22: Diante do perigo de uma invasão assíria, os israelitas fizeram aliança com o Egito (= «morte»: os egípcios cultuavam o mundo dos mortos). O profeta, porém, vê nessa aliança uma ilusão e uma farsa, pois um pacto com a falsidade não poderá dar segurança a ninguém. Diante da insistência dos governantes em se apoiar no Egito, Isaías compara a Assíria com o flagelo do destruidor, que outrora passou e destruiu os egípcios, para proteger os hebreus (cf. Ex 12,13). Mas agora, esse flagelo destruirá também os israelitas. Somente apoiando-se em Deus e seguindo o seu projeto, é que o povo encontrará forças para resistir às opressões.



* 23-29: O lavrador realiza diversas tarefas no tempo certo e sabe tratar os produtos do solo conforme a espécie de cada um. Da mesma forma, no momento certo, Deus trata seu povo de acordo com suas necessidades e comportamento. Ora ele abençoa, ora corrige, para que seu povo dê bons frutos.






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