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4. Confronto entre o Reino de Deus e o reino do mal
Jesus Messias vence o mal -* 1 Apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua debaixo dos pés, e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. 2 Estava grávida e gritava, entre as dores do parto, atormentada para dar à luz. 3* Apareceu, então, outro sinal no céu: um grande Dragão, cor de fogo. Tinha sete cabeças e dez chifres. Sobre as cabeças sete diademas. 4 Com a cauda ele varria a terça parte das estrelas do céu, jogando-as sobre a terra. O Dragão colocou-se diante da Mulher que estava para dar à luz, pronto para lhe devorar o Filho, logo que ele nascesse. 5* Nasceu o Filho da Mulher. Era menino homem. Nasceu para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e de seu trono. 6 A Mulher fugiu para o deserto. Deus lhe tinha preparado aí um lugar onde fosse alimentada por mil, duzentos e sessenta dias.
7* Aconteceu então uma batalha no céu: Miguel e seus Anjos guerrearam contra o Dragão. 8 O Dragão batalhou juntamente com os seus Anjos, mas foi derrotado, e no céu não houve mais lugar para eles. 9* Esse grande Dragão é a antiga Serpente, é o chamado Diabo ou Satanás. É aquele que seduz todos os habitantes da terra. O Dragão foi expulso para a terra, e os Anjos do Dragão foram expulsos com ele. 10 Ouvi, então, uma voz forte no céu, proclamando:
«Agora realizou-se a salvação,
o poder e a realeza do nosso Deus
e a autoridade do seu Cristo.
Porque foi expulso o acusador dos nossos irmãos,
aquele que os acusava dia e noite diante do nosso Deus.
11 Eles, porém, venceram o Dragão
e pela palavra do testemunho que deram,
pois diante da morte desprezaram a própria vida.
12 Por isso, faça festa, ó céu.
porque o Diabo desceu para o meio de vocês.
Ele está cheio de grande furor,
sabendo que lhe resta pouco tempo.»
13* Quando viu que tinha sido expulso para a terra, o Dragão começou a perseguir a Mulher, aquela que tinha dado à luz um menino homem. 14 Mas a Mulher recebeu as duas asas da grande águia, e voou para o deserto, para um lugar bem longe da Serpente. Aí, a Mulher é alimentada por um tempo, dois tempos e meio tempo. 15 A Serpente não desistiu: vomitou um rio de água atrás da Mulher, para que ela se afogasse. 16 Mas a terra socorreu a Mulher: abriu a boca e engoliu o rio que o Dragão tinha vomitado. 17 Cheio de raiva por causa da Mulher, o Dragão começou então a atacar o resto dos filhos dela, os que obedecem aos mandamentos de Deus e mantêm o testemunho de Jesus.
18 Depois o Dragão ficou em pé na praia do mar.
12,1-2: A Mulher é um símbolo cheio de significados: é Eva, a mãe da humanidade (cf. Gn 3,15-20); também o povo de Israel (doze estrelas = doze tribos) assim como Sião, o resto do povo de Deus que espera o Messias (Is 66,7). É também Maria enquanto mãe de Jesus e mãe dos discípulos de Jesus (Jo 19,25-27), e o povo de Deus da nova Aliança (doze estrelas = doze apóstolos).
1-4: A Besta é o poder político absolutizado, isto é, os poderes totalitários, ditatoriais e opressores. Na época de João, trata-se de Roma, às margens do mar Mediterrâneo. A Besta encarna o mal (Dragão) na história (sete cabeças e dez chifres, que serão explicados em Ap 17). Blasfemar é tomar coisas ou pessoas humanas como divinas; usurpando títulos honoríficos e divinos é que os poderosos afirmam sua autoridade e oprimem os homens. A Besta é uma superpotência (pantera, urso, leão: Dn 7,4-7). Ela é agente do mal (Dragão), que lhe dá todo o poder. O Dragão e a Besta são uma paródia do Deus que entrega o domínio da história a Jesus ressuscitado (Ap 4-5). A Besta é também uma paródia de Cristo morto e ressuscitado (cabeça ferida e curada). O império romano parecia ter decaído com Nero, mas depois volta ao seu esplendor: é o mal que vai e vem na história através dos poderes absolutizados. As multidões se maravilham com isso e adoram a Besta como se ela fosse Deus: «Quem é como a Besta?»